Atividade 2º semestre | 2023
Coordenação: Comissão de Ensino – Rodízio de coordenadores
Quinzenal: 1ª e 3ª sextas-feiras, das 07h30 às 09h00
Início: 04/08/2023
Atividade híbrida

A psicanálise é uma técnica de aplicação aparentemente muito simples, afinal opera a partir de uma única regra fundamental: a associação livre. Ao paciente cabe falar tudo o que lhe ocorre sem nenhum tipo de seleção ou crítica. Em contrapartida, o analista deve manter a atenção flutuante e, sobretudo, observar a regra de abstinência.

A regra da abstinência constitui um fundamento técnico preciso: ela atualiza a interdição do incesto, reafirmando a impossibilidade de realização desse desejo. Nisso reside a essência da ação do analista que, abstendo-se de realizar o desejo, relança-o. O analisando, incitado a seguir desejando, acaba, ao final do percurso, por inventar uma nova posição subjetiva para si. Nela, reorganiza os elementos de sua história num roteiro inédito, vivido agora em nome próprio.

O paciente rememora trechos de sua história, repete outros na forma da transferência e, finalmente, movido pelas intervenções do analista, produz esse longo trabalho de remanejamento inconsciente que Freud chamou de “perlaboração”. O analista por sua vez, além do trabalho de interpretação, deve construir os trechos da história do analisando onde há lacunas, colocando em palavras aquilo que o paciente só recorda em ato.

Conduzir esse processo que vai da repetição do mesmo até a invenção do novo, depende de um eficiente manejo da transferência. O lugar do analista é determinante do progresso da análise que não depende só do que ele diz, mas sim, de onde ele o diz. É a transferência que autoriza o analista a intervir com eficiência. É ela que marca a diferença entra uma palavra que tem efeito analítico e uma interpretação selvagem.

A que conduz uma análise levada até seu ponto mais extremo? A análise termina ou é interminável? O que pensa Freud sobre os analistas leigos, não-médicos?

O programa deste semestre reúne os textos através dos quais Freud se debruçou sobre todas essas questões técnicas da psicanálise, tornando evidente que a psicanálise constitui uma verdadeira práxis pela profunda coerência e implicação teórico-clínica que apresenta.

Estão todos convidados ao debate.

Confira a minuta da Leitura de Freud, Bibliografia e Cronograma.